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Com mais um surto de Gripe A à porta, é urgente garantir o menor número possível de casos.

O que aqui lhe propomos é a realização de Workshops de "Prevenção da Gripe A (H1N1)" adaptados quer às capacidades (em contexto pré-escolar, escolar, centros de dia e lares de idosos), quer às exigências laborais diárias (empresas, IPSS's, etc.).

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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Gripe A: Saber Informar para Saber Prevenir

Com o Inverno a chegar espera-se um novo aumento na incidência de casos de Gripe A em Portugal. Tendo em vista a velocidade inédita a que este vírus está a alastrar (segundo relatório da OMS) e a possível escassez de tratamento, prevenir parece, realmente, ser o melhor remédio. Assim sendo, temos vindo a assistir a um grande esforço para o esclarecimento das medidas a adoptar para a prevenção da Gripe A. No entanto, será suficiente o fornecimento de informação?


Com efeito, a informação só é eficaz quando seguida de integração. Isto é, não basta fornecer a informação! Acima de tudo, é fundamental promover a reflexão, a compreensão sobre o que foi informado e de que forma poderá “encaixar” na sua vida quotidiana. Assim sendo, é necessário adaptar o discurso às pessoas a quem se dirige. É necessário ter em consideração as particularidades dos grupos, já que qualquer população não é homogénea.
Os anúncios e folhetos informativos são muito úteis e, devo acrescentar, muito bem elaborados; no entanto são claramente dirigidos á população jovem adulta. A população activa, que está mais exposta e poderá causar maior prejuízo caso seja a mais atingida. Contudo, não basta fornecer informação; é necessário promover a integração dos conhecimentos transmitidos. Assim sendo, deveria ser criado um fórum online onde profissionais e cidadãos comuns debatessem o assunto da prevenção da Gripe A e de que forma planeiam alterar as suas rotinas diárias. É aqui que reside a diferença entre os dois métodos: no fornecimento de informação a pessoa fica a saber as alterações que deveria implementar nos seus hábitos diários, mas raramente o faz; já no método de informação reflectida, a pessoa toma conhecimento das alterações a implementar e as actividades de integração (como um fórum online, que permite uma interacção sem o risco de contágio) aumentam a probabilidade de adesão às medidas recomendadas, pois ao debater, as pessoas estão já a generalizar os conhecimentos adquiridos a outros contextos diários.
Mas a população portuguesa não se resume a jovens adultos. Há também crianças e idosos. Ambas as faixas etárias representam fases do desenvolvimento humano muito diferentes daquela em que se encontram os jovens adultos e possuem, consequentemente, diferentes capacidades cognitivas para a descodificação da mensagem recebida.
Uma criança não tem capacidade de abstracção para entender um folheto informativo sobre a Gripe A, devendo a informação dada ser adaptada às suas capacidades de compreensão da mensagem. Por exemplo, a criança até 5 anos de idade deverá saber que deve lavar as mãos em determinadas situações, tapar a boca e/ou o nariz e deitar o lenço de papel ao lixo depois de o utilizar uma vez. Segundo um estudo realizado em Portugal, a informação fornecida a crianças de tão tenra idade deve partir de um conceito mais abrangente, como o ambiente. Ou seja, a criança deve saber que não deve poluir ou sujar o ar (sem qualquer tipo de fanatismo, claro está!), mantendo-se a si, e aos outros, limpos. Se, até esta idade, falarmos nos “bichinhos” que andam no ar e entram nos meninos, deixando-os doentes, as crianças querem abrir a barriga ou tirar uma crosta para verem os “bichinhos” fazendo de tudo para os capturarem, ou ainda, têm tanto medo dos ditos “bichinhos” que podem desenvolver fobias ou perturbações de ansiedade e/ou humor, em casos extremos. Para qualquer dos possíveis resultados, o objectivo inicial não é concretizado. Raramente previne, de forma eficiente, a transmissão de qualquer vírus. Os “bichinhos” só deverão ser abordados posteriormente, quando a criança manifestar capacidades de abstracção (compreensão de conceitos que não são palpáveis), referindo que se ficarem doentes terão de ficar de cama e não poderão brincar com os amiguinhos. Desta forma tomam conhecimento não só do que devem fazer, mas também das consequências caso não adopte o comportamento esperado, aumentando assim a sua adesão às novas regras de comportamento. Em qualquer caso a criança deve sentir-se livre para colocar qualquer questão acerca quer da doença, quer das medidas a adoptar e sua generalização a outros contextos em que se encontra inserida (e.g., infantário, casa dos avós). Caso a criança ajude a estabelecer as novas regras, a sua adesão também será promovida.
Já nos adolescentes, é necessário ter em consideração a interferência da “fábula especial”, típica desta fase do desenvolvimento humano e que os leva a acreditar que, por muito perigoso que seja, nunca lhe acontecerá nada. Aos outros talvez… Assim sendo, a adesão às normas recomendadas fica fortemente comprometida! A promoção de actividades integradoras da informação fornecida compete aos pais e professores (e.g., debates francos sobre como poderão alterar as suas rotinas diárias, de forma a se precaverem). A criação de um fórum online, por exemplo, também poderá ser benéfica para este grupo etário, quer pela sua apetência pelas tecnologias da informação, quer por permitir o esclarecimento de questões sem risco de contágio e sem vergonhas. Os pais podem ainda aumentar a probabilidade de adesão às normas aconselhadas através de estratégias comportamentais, como o reforço positivo. Isto é, cada vez que o adolescente manifeste o comportamento esperado, deverá receber uma coisa que goste (e.g., um elogio, autorização para jogar um jogo de que gosta, sair com os amigos). Embora o adolescente continue a acreditar que nada de mal lhe acontecerá, irá cumprir os comportamentos recomendados, pois sabe que daí virá uma consequência positiva.
Os idosos, por sua vez, possuem défices cognitivos inerentes à etapa da vida em que se encontram, sendo-lhes mais difícil prestar atenção e memorizar nova informação. Assim sendo, deveremos sempre optar pelo recurso a pelo menos duas modalidades sensoriais ao comunicar qualquer tipo de informação. Assim sendo, os anúncios televisivos parecem ser mais eficazes que os folhetos informativos. Contudo, continua a falhar a actividade de integração… A pessoa idosa deverá possuir algum contexto onde sinta abertura para colocar questões sobre as medidas aconselhadas (e.g., família próxima, centro de dia, lar). Quanto maior for o número de questões colocadas, menor tenderá a ser a possibilidade de não as adoptar numa situação em que a sua aplicação seja menos evidente. Devido à sua dificuldade de atenção, as frases deverão ser curtas e objectivas, recorrendo preferencialmente a palavras funcionais (mais concretas). A informação deverá ser repetida sempre que solicitado, devido á dificuldade de memorização de nova informação. As pessoas de idade devem sentir-se confortáveis para debater o assunto, bem como em que medida as suas rotinas diárias se irão alterar de forma a reflectirem as normas aconselhadas.
Se tudo isto for levado em consideração, poderemos aumentar a adesão dos elementos das diferentes faixas etárias às normas de prevenção aconselhadas. Assim poderemos ter uma população realmente esclarecida e comprometida com a prevenção da Gripe A. Consequentemente, poderemos salvar mais vidas!

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